segunda-feira, 24 de março de 2014

Quem É Você Realmente?



Qualquer pensamento que você teve sobre si mesmo, por mais desinflado ou inflado, não é
quem você é. É simplesmente um pensamento.
A verdade de quem você é não pode ser pensada, porque ela é a fonte de todos os
pensamentos.

A verdade de quem você é não pode ser nomeada ou definida.
Palavras como alma, luz, Deus, verdade, 'self', consciência universal ou divindade, mesmo que capazes de evocar o êxtase da verdade, são totalmente inadequadas como descrição da imensidade de que você realmente é.

Independente de como você se identifica: como criança, adolescente, uma mãe, um pai, uma pessoa mais velha, uma pessoa mais saudável, uma pessoa doente, uma pessoa que sofre ou uma pessoa iluminada, sempre por trás de tudo isso está a verdade de você mesmo. Ela não é estranha para você. Ela está tão próxima que você não consegue acreditar que é você.

A verdade de quem você é, é intocada por qualquer conceito sobre quem você é, seja
ignorante ou iluminado, sem valor ou grandioso.
A verdade de quem você é, é livre de tudo isso. Você é livre e tudo que bloqueia sua realização desta liberdade é seu apego a alguma ideia sobre quem você é.
Este pensamento não impede que você seja a verdade de quem você é. Você já é isso!
Ele apenas separa você de realização de quem você é.

Convido você a deixar sua atenção mergulhar naquilo que sempre esteve aqui esperando
abertamente por sua própria autorrealização.
Quem é você realmente?
Você é alguma imagem que aparece em sua mente? Você é alguma sensação que aparece em seu corpo?
Você é alguma emoção que passa por sua mente e corpo?
Você é algo que alguém disse que você é ou uma rebelião contra algo que alguém disse que
você é?
Estas são algumas das muitas vias de erros de identificação. Todas essas definições vêm e vão, nascem e depois morrem. A verdade de quem você é não vem e vai. Ela está presente do nascimento, durante toda uma vida e após a morte.

Descobrir a verdade sobre quem você é não é apenas possível, é o seu direito de nascença.
Qualquer pensamento que esta descoberta não seja para você, agora não é o tempo, você não é digno, você não está pronto, você já sabe quem é, são apenas truques da mente.
Está na hora de investigar este pensamento sobre “eu”, e ver qual é a sua validade real. Nesta investigação existe uma abertura para que a consciência inteligente que você é finalmente reconheça a si mesma.

A pergunta mais importante que você jamais pode perguntar-se é:
Quem sou eu?

De certa forma esta tem sido uma questão implícita perguntada em cada etapa de sua vida.
Toda atividade seja individual ou coletiva, é motivada em sua raiz por uma busca de
autodefinição.
Tipicamente, você busca por uma resposta positiva a esta pergunta e foge de uma resposta
negativa.

Quando esta questão se torna explícita, o impulso e o poder da pergunta direcionam a busca pela verdadeira resposta, que é aberta, viva e cheia de insights cada vez mais profundos.
Você experimenta tanto o sucesso como a fracasso.
Após um certo estágio, cedo ou tarde, você percebe que quem você é, independente da
definição, não é satisfatório.
Se esta questão não for verdadeiramente respondida, não apenas convencionalmente
respondida, você vai continuar com fome de saber.

Porque, independente de como você tenha sido definido por outros bem-intencionados ou
não e independente de como você tenha definido a si mesmo, nenhuma definição pode trazer certeza duradoura.
O momento em que se reconhece que esta pergunta é crucial. Ele é muitas vezes referido
como o momento de amadurecimento espiritual. A partir deste ponto você pode
conscientemente investigar quem você realmente é.
Em seu poder e simplicidade a questão: “quem sou eu?” lança a mente de volta a raiz da
identificação pessoal: a suposição básica “ eu sou alguém”.

Ao invés de automaticamente aceitar esta suposição como a verdade, você pode investigar
mais profundamente. Não é difícil ver que este pensamento inicial 'eu sou alguém' leva a todos os tipos de estratégias: ser alguém melhor, alguém mais protegido, alguém com mais prazer, mais conforto e mais realização. Mas quando este pensamento muito básico é questionado, a mente encontra o eu, que se assume estar separado daquilo que ela vinha procurando.

Isso é chamado de autoinvestigação.
A pergunta mais básica: 'quem sou eu?' é aquela que é a mais negligenciada.
Passamos a maior parte dos nossos dias dizendo a nós mesmos ou aos outros, que somos
alguém importante, alguém sem importância, alguém grande, alguém pequeno, alguém jovem ou alguém velho, sem nunca realmente questionar esta suposição mais básica.
Quem você realmente é?
Como você sabe que É quem você é? Isso é verdade? Realmente?

Quando você voltar sua atenção para a questão: 'quem sou eu?', talvez você veja uma
entidade que tem seu rosto e seu corpo. Mas quem está ciente desta entidade? Você é o
objeto ou você é a perceção do objeto? Objeto vem e vai. O pai, a criança, o amante, o
abandono, o iluminado, o vitorioso, o derrotado. Todas estas identificações vêm e vão.
A perceção destas identificações está sempre presente. A identificação errada de si mesmo
como alguém objeto dentro da perceção leva a extremo prazer ou extrema dor e ciclos
intermináveis de sofrimento.

Quando você está disposto a parar a identificação errada e descobrir direta e completamente
que você é a própria perceção e não estas definições impermanentes, a busca por você mesmo nos pensamentos termina.

Quando a pergunta: “quem?” é perseguida de forma inocente, pura, por todo caminho de
volta a sua origem, surge uma enorme e espantosa realização. Não há absolutamente
nenhuma entidade ali. Há apenas o indefinível e ilimitado reconhecimento de si mesmo, como inseparável de qualquer outra coisa.
Você está livre.
Você está completo. Você é infinito. Não há nenhum fundo em você, nenhum limite em você.
Qualquer ideia sobre você aparece em você e desaparecerá de volta em você.
Você é perceção e perceção é consciência.

Deixe todas as autodefinições morrerem neste momento. Deixe todas irem, e veja o que resta.
Veja o que nunca nasce e o que não morre.
Sinta o alívio de se desfazer da carga de definir a si mesmo.
Experiencie a efetiva não-realidade da carga.
Experiencie a alegria que está aqui.
Descanse na paz infinita de sua verdadeira natureza, antes que qualquer pensamento de 'eu' surja.


Gangaji, do livro "O diamante no seu bolso"

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